Texto por Renato Lula da Silva
Foto por Daniela Santos
Nesta manhã de ontem (10) a Roda de Conversa: Agrotóxicos , transgênicos e impactos socioambientais contou com a fala do engenheiro agrônomo e professor catarinense Leonardo Melgarejo. Como integrante do Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA) e coordenador do Grupo de Trabalho sobre Agrotóxico e Transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), ele descreve e comenta a atual legislação brasileira, a chamada Lei dos Agrotóxicos (PL 7.802/89), e os possíveis impactos das alterações propostas pela Projeto de Lei 6299 de 2002, apelidada de Pacote do Veneno, que segue em tramitação na Câmara Federal.:
“A legislação de agrotóxicos brasileira, assim como a legislação de biossegurança, são apresentadas externamente como sendo muito robustas! Então, no milho, se você retira alguns nucleotídeos, que impedem a expressão de um determinado gens, não se inseriu nada dentro deste milho. Ele não está expressando nada que não expressava antes. Dele se retirou funções, não se agregou funções! Este tipo de milho foi aprovado… liberado, então comercialmente e foi aprovado que ele não precisa ‘sofrer’ por análise de risco. É um milho que tem a expressão de amido alterada, ele produz mais um tipo de amido que os insetos não gostam tanto. É um milho branco, tipo cesto de pecera, e esse milho é muito bom pra fazer tinta, papel, combustível e para ser transportado em navios em largas distâncias. Mas o pólen dele traz esta característica que vai contaminar os outros agricultores, que não querem isso! Este produto não vai sofrer análise de risco porque existe no mercado um milho muito parecido, comercializado a muito tempo nos Estados Unidos. Essa alteração me parece perigosa como qualquer outra.”