Vídeo por João Dorneles
Na noite de ontem tivemos uma autêntica acolhida à goiana, na gentileza do povo vilaboense! A Conferência de Abertura do I Seminário Internacional e III Nacional: Agrotóxicos, Impactos Socioambientais e Direitos Humanos. A Cidade de Goiás abriu suas portas, no coração do Centro-Oeste brasileiro! A macro região é fortemente afetada pelo uso indiscriminado, criminoso e sobretudo intencional de veneno nos alimentos produzidos pelo ‘receituário agronômico’ monocultor.
A solenidade foi realizada no Teatro São Joaquim, às margens do Rio Vermelho, no nó do parque histórico da antiga Vila-Boa de Goiás. No palco a prefeita da primeira capital goiana deu as boas-vindas aos pesquisadores, indígenas, quilombolas, camponeses e demais forças políticas unidas em torno de articulações de trabalho socioambiental, em nome dos Direitos Humanos Universais, da Vida e da radicalização da democracia popular.
Na sequência do evento, os convidados assistiram à um panorama explicativo na Mesa de Abertura conduzida por Juvana Xakriabá, representante do povo Xakriabá, Fátima Barros, integrante da Associação Nacional Quilombola e pelo professor Wanderlei Pignati, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – estado onde se verifica recorde continental na contaminação por agrotóxicos – e também por Alejandra Crespo, pesquisadora ambiental de Santa Cruz, Bolívia, a cidade com maior índice de desertificação em território boliviano.
A representante dos povos autóctones do Brasil reafirmou os propósitos de luta contra o agronegócio genocida, em união com os povos tradicionais do continente em busca da consolidação da soberania ecológica dos territórios decolonizados. O Sumak Kausay dos povos andinos, em quíchua, ou buen vivir, em castelhano, inspirou reflexões sobre um novo paradigma de ‘qualidade de vida’ e desenvolvimento.
Os agrotóxicos matam, é a conclusão do professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT! Além disso seria preciso denunciar o caráter criminoso da superexploração da terra e poluição em escala irreversível para a vida no Planeta.
Quem esteve presente pode se conscientizar do seriedade do tema e da urgência de sua superação estrutural e cotidiana. O que está em questão é o futuro do fornecimento de água e alimentos. A especulação em torno de recursos materiais escassos e sua má utilização pelo corporativismo privatista do agrobusiness nos trouxeram à beira da insegurança alimentar estrutural.
“O agro não é pop, o agro não é top, o agro é tóxico e mata o nosso povo! Estamos aqui a 518 anos resistindo e não será um governo qualquer que vai acabar com nossa luta” Assim concluiu, Juvana Xakriabá, em espírito de denúncia e luta permanente.
Parabéns pelo vídeo, João Dorneles! Parabéns pelo Seminário, a todos os organizadores e colaboradores, bem como a todos os participantes!
Evento esclarecedor da gravidade do momento vivido quanto a exploração do território de forma criminosa por um modelo de produção que não respeita a vida e põe em risco o futuro das próximas gerações.
Há que se manter a articulação em nível local, nacional e internacional na luta pela agroecologia como forma de garantir a sustentabilidade dos territórios, comunidades e da vida. Alimento saudável, reforma agrária e recuperação dos ambientes é a meta a ser seguida e implementada.
Pela aprovação e implementação da Política Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos – PNARA.
Olá Oscar!
Ficamos felizes pelo seu comentário.
Realmente precisamos discutir mais sobre o assunto, porquê estamos falando de saúde e de vida.
Obrigado e nos acompanhe sempre.